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25 de Maio, Dia Internacional das Crianças Desaparecidas


“ (…) uma dor sem nome”   Manuela Eanes

O Dia Internacional das Crianças Desaparecidas teve origem no facto de, no dia 25 de Maio de 1979, uma criança de 6 anos, Etan Patz, ter sido raptada em Nova York, quando se dirigia para a escola. O caso chocou a América, foi notícia na imprensa de todo o mundo e alterou profundamente a forma como a sociedade lidava com os casos de crianças desaparecidas. Nos anos que se seguiram várias organizações começaram a assinalar a data, mas foi só em 1986 que o 25 de Maio conheceu a dimensão internacional como o dia dedicado às Crianças Desaparecidas.
O objectivo desta data é encorajar a sociedade e a comunicação social a reflectir sobre todas as crianças desaparecidas na Europa e no Mundo, espalhar uma mensagem de esperança e solidariedade a nível internacional para com os pais e famílias e ainda levar as autoridades a reflectir na prevenção e nas estratégias a implementar em colaboração com as entidades responsáveis pela Educação, pela Justiça e pela Segurança.
Em Portugal, o Instituto de Apoio à Criança, enquanto membro da Missing Children Europe, Federação Europeia contra o Desaparecimento e Exploração Sexual de Crianças, desde 2002, lidera as acções de sensibilização e divulgação. A utilização do símbolo “ a flor de miosótis”, popularmente conhecida por “ não me esqueças” ou “forget me not” é uma das iniciativas, bem como a operacionalização do Número Europeu para as Crianças Desaparecidas 116 000.
Esta é uma linha grátis, dirigida aos pais, crianças e público em geral.
As pessoas que atendem as chamadas telefónicas são profissionais treinados que estão lá para apoiar e assistir as famílias, as vítimas e as autoridades.
As crianças que tenham fugido, que se tenham perdido ou que por algum outro motivo não estejam com os seus pais irão receber ajuda imediata, se ligarem o 116 000. Eles saberão que o profissional que atende a chamada lhes dará todo o apoio que necessitam.
Os pais, familiares ou amigos da criança desaparecida, ao ligarem para a linha directa 116 000, serão atendidos por um profissional da organização local que lida com o desaparecimento de Crianças. Este profissional irá fornecer o apoio psicológico, jurídico e administrativo necessário, e assisti-los no contacto com as autoridades competentes para tomar todas as medidas necessárias para encontrar seu filho. A assistência será prestada na(s) língua(s) local (ais), assim como em Inglês.
A linha 116 000 e as ONG que a operam não vão substituir a Polícia. No entanto, quando as pessoas estão num país estrangeiro, frequentemente não falam a língua local, desconhecem os números de telefone das autoridades locais e estão muitas vezes perdidos sobre o que fazer. Assim, as ONG designadas para operar 116 000 estão treinadas para ajudar e irão assegurar que o apelante é colocado em contacto com a Polícia e outras entidades que possam ser necessárias no caso em apreço.
 
O que fazer em caso de desaparecimento de uma Criança

1. Inicie imediatamente  a procura da Criança e solicite ajuda a familiares, amigos e vizinhos e dirija-se aos transeuntes com uma descrição da Criança (foto se possível);
2. Contacte os amigos e Escola da Criança para saber os seus últimos passos;
3. Contacte rapidamente as Forças de Segurança locais (PSP ou GNR) e seguidamente o SOS Criança Desaparecida 116 000 (grátis) de 2ª a 6ª feira, das 9h às 19h
4. De acordo com a Lei de Protecção de Crianças e Jovens (Lei 147/99 de 1 de Setembro) o Desaparecimento de uma Criança inscreve-se numa situação de urgência (artº 91) e não há motivo para aguardar tempo algum para iniciar a procura da Criança com todos os meios disponíveis.

Dicas de Segurança
Para prevenir um Desaparecimento, o IAC sugere

Espaços exteriores:

Combine sempre antecipadamente com as suas Crianças um local de encontro (uma árvore, uma estátua, um café, a barraca do Salva-Vidas, a bandeira na praia) em caso de alguma se afastar ou perder;
Estipule antecipadamente com a Criança que, caso ela não se lembre do local combinado, é preferível que permaneça no mesmo local, pois será o adulto a vir em sua procura;
Muna a sua Criança de uma forma de identificação (uma pulseira, uma medalha num colar, um crachá, uma t-shirt, etc) que contenha o seu nome (NUNCA o da Criança), o seu número de telemóvel e a morada do local onde se encontra hospedado/residir, a fim de que outros possam agir rapidamente e o procurem caso encontrem a Criança;
Se vai para o estrangeiro, disponha esta mesma informação na língua inglesa e na língua local;
Quando sair em família/grupo, vista o seu filho com cores vivas a fim de este ser sempre bem visível e rapidamente localizável. Não permita que a Criança ande nua em espaços públicos (praia, piscina, parque de campismo, estância de férias), porque se ela se perder, torna-se mais difícil a sua identificação e reconhecimento;
Não deixe as Crianças sem supervisão, partilhe essa tarefa com familiares e amigos de forma alternada para que todos possam desfrutar da sua companhia;
Assegure-se de que as Crianças sabem que se devem manter afastadas de piscinas, canais, riachos, ribeiros, rios ou poços de água, quando não acompanhadas por um adulto (familiar, monitor, professor, …)
Não se esqueça que as crianças caminham sempre contra o sol! Pelo que deve iniciar as suas buscas com as suas costas viradas para o astro rei; (excepção feita quando usa um boné).
Se permitir que as Crianças brinquem na rua após o pôr-do-sol, assegure-se de que usam roupa/material reflectora e se mantêm nas proximidades.
Em casa ou outros locais:
Certifique-se que as Crianças, quando sozinhas em casa, mantêm a porta fechada e não a abrem, nem falam com estranhos. Se combinou a visita de alguém, certifique-se que as Crianças se sentem confortáveis com essa pessoa;
Certifique-se que as Crianças, quando sozinhas, não informam ninguém de que estão sozinhas em casa (quando alguém toca à porta, telefona ou quando em conversação na Internet);
Se a sua Criança se perder num espaço fechado (supermercado, centro comercial, centro de exposições, museu) procure imediatamente um segurança e solicite que mande encerrar/controlar as portas e comunique através do sistema de som o sucedido (para despertar a atenção de todos e desmotivar a intenção de um possível agressor);
Ensine a sua Criança a gritar e resistir caso um desconhecido o tente agarrar e/ou seduzir com guloseimas, dinheiro ou outras ofertas;
Ensine a sua Criança a procurar ajuda junto de um segurança, de outro adulto acompanhado de crianças ou autoridade (Policia, GNR) caso esta se perca;
Escolha babysitters/empregadas com cuidado e atenção. Solicite referências a familiares, amigos, vizinhos e até mesmo às empresas ou anteriores empregadores. Observe as suas interacções com as crianças e pergunte às Crianças se gostaram da pessoa;
Verifique os campos de férias, ATL antes de inscrever as Crianças. Certifique-se que averiguam o registo criminal dos seus funcionários e de que as Crianças estão sempre supervisionadas, têm identificadores (pulseiras, colares, crachás, chapéus, t.shirts), e que todas as actividades e saídas lhe são atempadamente comunicadas.
Por fim e não menos importante:

Ouça as suas Crianças e assegure-se que consegue sempre encontrar tempo para conversar com elas. Ensine-as a fugir de situações que considerem desconfortáveis, perigosas e/ou assustadoras e pratique com elas algumas hipóteses de saída em segurança. Certifique-se que as Crianças se sentem à vontade para lhe contar tudo o que as possa assustar ou confundir, ou que têm alguém de confiança a quem o possam fazer;
Não caia na tentação de pensar que a sua Criança sabe pedir ajuda naturalmente por dominar a linguagem, pois a ansiedade e a angústia de separação rapidamente se apoderam de uma criança em situação de perda, ferimento ou queda/lesão grave;
SOS Criança Desaparecida ©2009 (adaptado de safety tips , NMCEC at http://www.ncmec.org/)

Por último, nunca é demais salientar que o combate ao problema das crianças desaparecidas é de todos nós e ninguém se deve demitir da luta pela eliminação deste tipo de crimes.

Por: GAAF


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